Alana Santos
O trovadorismo emerge como um movimento literário poético-musical, imbuído de rica tradição, que floresceu no sul da França durante o século XI, em uma Europa fragmentada por feudos e marcada por uma cultura feudal.
Nesse contexto, os trovadores, munidos de instrumentos musicais e danças, elevavam suas composições poéticas à forma de trovas, cantigas que transcendiam as fronteiras da escrita, provando que a expressão literária na Idade Média era diversa e multifacetada.
Dentro desse movimento, existia uma hierarquia distintiva: o trovador, figura central e autoral das composições; o menestrel, habilidoso artista versátil; o jogral, cantor popular; e o segrel, trovador profissional itinerante.
Cada um desempenhava um papel único na disseminação da arte trovadoresca pela Europa medieval.
As trovas abraçavam uma diversidade de gêneros, desde as cantigas de amor e amizade até as de escárnio e maldizer. Além disso, serviam como veículo para críticas sociais e políticas, oferecendo uma visão perspicaz da vida na época feudal.
A retratação da “vida” era um gênero característico, onde os trovadores pintavam um retrato vívido da vida na aristocracia feudal, oferecendo um vislumbre da sociedade medieval.
A cidade de Nova Friburgo, situada no estado do Rio de Janeiro, é um exemplo vibrante da preservação das tradições do trovadorismo no Brasil.
Desde os anos 50, os Jogos Florais celebram a arte da trova na região, graças ao trabalho incansável de figuras proeminentes como Luiz Otávio e J.G. de Araújo Jorge.
A União Brasileira de Trovadores (UBT), fundada por Luiz Otávio em 1966, continua a ser um farol de cultura e poesia, promovendo concursos, eventos e embelezando as praças locais com os versos de trovadores de todo o país.
Entre os grandes trovadores da história, destaca-se D. Dinis, o sexto rei de Portugal, que reinou entre 1279 e 1325. Reconhecido como o “rei trovador”, foi o primeiro monarca português a ser alfabetizado que demonstrou um profundo interesse pela cultura e literatura.
Suas mais de 100 trovas, descobertas no famoso Pergaminho Sharrer, são testemunhos preciosos de sua genialidade poética e de seu legado duradouro na história da literatura.
Em suma, o trovadorismo foi mais do que um movimento literário; foi uma manifestação cultural que transcendeu fronteiras e séculos.
Seja nas cortes da Europa medieval ou nas praças de Nova Friburgo, as trovas continuam a encantar e inspirar, conectando-nos com um passado rico em poesia e música.
Enquanto lembrarmos e celebrarmos essa tradição, estaremos preservando não apenas a história, mas também a essência da alma humana.
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