A ideia de ter um emprego formal com carteira assinada se tornou algo indesejado para muitos jovens brasileiros. Para essa geração, a CLT é frequentemente associada a uma rotina estressante, com longas jornadas de trabalho, transporte público lotado e salários desmotivadores.
Nas redes sociais, observamos uma onda de memes e relatos que reforçam essa percepção. Expressões como “nunca quero ser CLT” estão se tornando comuns, refletindo uma rejeição notável, especialmente entre adolescentes e jovens adultos.
Esse fenômeno não é recente, mas ganhou força com as mudanças no mercado de trabalho e a ascensão do empreendedorismo digital. Influenciadores como Erick Chaves, de 19 anos, e Alejandro Ferreira, de 17, estimulam seus seguidores a buscar alternativas de renda nas redes sociais, promovendo cursos e mentorias como substitutos à CLT.
Entretanto, especialistas destacam que o sucesso nesse ambiente digital é uma exceção. Uma pesquisa da University College Dublin revelou que apenas 1,4% dos criadores de conteúdo conseguem atingir mais de 5 mil seguidores, o que levanta questões sobre a viabilidade dessas abordagens.
Ademais, há preocupações de que essa postura contribua para a depreciação da CLT, que, apesar das críticas, assegura direitos trabalhistas essenciais. O historiador Paulo Fontes, da UFRJ, ressalta: "O problema não é a CLT, mas as condições ruins do mercado de trabalho".
A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado complementa: "Os jovens não rejeitam a CLT; eles rejeitam empregos que não oferecem condições adequadas".
É vital entendermos essa mudança de mentalidade para que possamos buscar soluções verdadeiras que melhorem a qualidade do trabalho e a vida dos jovens no Brasil.
Não há alternativas
© Todos os direitos reservados. Desenvolvido por 🍓 Online